terça-feira, 27 de maio de 2014

A Unimed que dá certo

A Central Nacional Unimed cresce a dois dígitos há mais de uma década e tenta polir a arranhada imagem da maior cooperativa médica do País

Nos últimos anos, as Unimeds viram sua imagem ser arranhada por constantes falhas no atendimento aos clientes, disputas judiciais e proibições de vendas de seus planos – no momento, oito estão com a comercialização suspensa pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Já houve até determinação de fechamento de algumas. Entre as Unimeds que lutam para sobreviver e escapar do rigor da agência reguladora, a principal é a Central Nacional Unimed (CNU), que tem conseguido passar ilesa pelos conflitos e pelo desgaste da marca.
Sediada em São Paulo, a cooperativa, que faturou R$ 2,4 bilhões no ano passado e atingiu uma carteira de 1,4 milhão de segurados, opera planos de saúde corporativos para empresas que tenham mais de 300 empregados e que atuem em mais de três Estados. “O mercado de planos corporativos vai muito bem, obrigado”, afirma Mohamad Akl, presidente da cooperativa central. “Estamos crescendo acima de dois dígitos há mais de uma década.” Os números comprovam o bom desempenho da CNU. No ano passado, o contingente de usuários cresceu 11%, enquanto o faturamento disparou 27,9% em comparação com o ano anterior.
O mercado total registrou aumento de 4,9% em número de clientes e de 17% em receita. “Em 15 anos de existência, apenas em 2008 e 2009, anos de crise da economia brasileira, não crescemos acima de dois dígitos”, diz Akl. “Isso já nos coloca na posição de sexta maior operadora do País.” Com 270 contratos atualmente e 13% do mercado corporativo de planos de saúde, a CNU atende principalmente companhias do setor bancário, construção civil, alimentação, bebidas e serviços. Contudo, esse avanço não se dá apenas com o fechamento de novos contratos corporativos, mas seduzindo funcionários dessas empresas para adquirir seus planos de saúde. “Em companhias que oferecem mais de uma operadora de saúde suplementar, os funcionários estão fazendo a opção pela Unimed”, afirma o executivo.
Outro fator que tem elevado a receita da CNU é o crescimento do uso do plano de saúde pelos beneficiários. Atualmente, 30% dos contratos da central com as empresas são pós-pagos, nos quais o empregador só banca os procedimentos médicos se seu funcionário utilizar a rede de clínicas e hospitais credenciada pela Unimed. De acordo com Akl, isso tem refletido diretamente no crescimento do faturamento da central, já que mais pessoas estão buscando atendimento e acompanhamento médico. “A demanda por esses serviços é cada vez maior”, diz. No entanto, a estratégia da CNU não tem se limitado a crescer organicamente, com a adesão de novos beneficiários e clientes.
A operadora vem fazendo um trabalho de recuperação da imagem da marca em locais em que a cooperativa local faliu, como ocorreu em capitais como São Luís, Salvador e Brasília. A CNU, por exemplo, ainda atua na capital paulista atendendo os remanescentes da Unimed São Paulo, que quebrou em 2003. Na cidade opera ainda a Unimed Paulistana, que hoje também enfrenta dificuldades financeiras. “Temos de garantir que o usuário da Unimed nesses locais não fique sem atendimento”, diz Akl. Para isso, a companhia está trabalhando para divulgar sua presença nesses pontos por meio de outdoors e comunicação direta com os usuários.

Fonte : Isto é on line

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